Diabetes

Diabetes

O diabetes é um distúrbio do metabolismo dos carboidratos caracterizado por níveis elevados de glicose (açúcar) no sangue (hiperglicemia) e pela presença de açúcar na urina (glicosúria). O diabetes ocorre quando o seu pâncreas para de produzir total ou parcialmente a insulina, ou por uma utilização inadequada da insulina pelas células.
A taxa normal de glicose no sangue, em jejum, é de 70 a 110 miligramas por decilitro (mg/dl). Quando os valores acusarem 126 mg/dl ou mais é sinal de diabetes.

A Insulina

Insulina é o hormônio responsável pelo transporte da glicose para as células do organismo, proporcionando a energia necessária para as atividades do dia a dia. Sem a insulina a glicose permanece na corrente sangüínea (hiperglicemia), podendo provocar uma série de complicações, para que isto não ocorra a insulina precisa vir de fora.
Recomenda-se para um maior conforto, selecionar e revezar os locais de aplicação, assim, você evita que os locais aplicados apresentem deformações e inchaços, propiciando uma melhor absorção da insulina pelo organismo. E nunca deve ser esquecida a assepsia.

Tipos de Diabetes

A maioria dos casos de diabetes é classificada em duas categorias:

Diabetes mellitus insulino-dependente, também denominado diabetes tipo I ou diabetes juvenil. Responsável em média por 10% dos casos.
Diabetes mellitus não insulino-dependente, também denominado diabetes tipo II ou diabetes do adulto. Responsável em média por 90% dos casos.

Causas do Diabetes

A hereditariedade parece ter um papel importante, tanto no diabetes tipo I quanto no tipo II. No diabetes tipo I, as células beta (células secretoras de insulina) do pâncreas são destruídas, esta destruição pode ser causada:
pelo sistema imunológico do organismo;
pelo aumento da susceptibilidade das células beta aos vírus;
pela degeneração das células beta.

O diabetes tipo I apresenta, em geral, um início súbito durante a infância ou no início da vida adulta. Isto leva a uma deficiência quase total de insulina e, geralmente, são necessárias injeções diárias de insulina para controlar a doença.

No diabetes tipo II, o início da doença é mais gradual, havendo uma maior dificuldade para se definir suas causas. O diabetes tipo II é freqüentemente caracterizado, por uma das três anormalidades metabólicas a seguir, ou uma combinação dessas alterações:

Secreção de insulina retardada ou diminuída;

Diminuição da ação da insulina (resistência à insulina) nos tecidos responsivos à insulina, incluindo os músculos;

Produção excessiva de glicose pelo fígado.

É importante ressaltar a relação entre a obesidade e o diabetes do tipo II, em qualquer idade, o risco de desenvolver intolerância à glicose ou diabetes do tipo II se eleva com o aumento do peso corporal, sendo maior o risco nos indivíduos que apresentam excesso de adiposidade no abdômen.
A obesidade aumenta o risco de diabetes do tipo II por induzir maior resistência à insulina. Frente à condição de resistência à insulina, em uma primeira fase, o pâncreas responde aumentando a secreção de insulina e gerando uma condição de hiperinsulinemia. Quando essa maior quantidade de insulina secretada se mostra insuficiente para vencer a resistência periférica, os níveis séricos de glicose se elevam e permanecem elevados, gerando o estado diabético.

Problemas de Saúde Associados ao Diabetes

Riscos à saúde consideráveis estão associados ao diabetes. As pessoas que têm essa patologia apresentam uma taxa de mortalidade relativamente alta. O indivíduo com diabetes apresenta um maior risco de:

doença coronariana;
doença cerebrovascular;
hipertensão;
doença vascular periférica;
necrose das extremidades dos membros, seguida ou não de gangrena;
maior incidência de malformações congênitas durante a gravidez;
distúrbios renais;
distúrbios oftálmicos, incluindo a cegueira.

Tratamento do Diabetes

As principais formas de tratamento do diabetes são a administração de insulina, a dieta alimentar e o exercício físico regular.
É prescrita, em geral, uma dieta balanceada para as pessoas com diabetes, os diabéticos "leves" podem eventualmente controlar satisfatoriamente a doença com um regime alimentar destinado a reduzir a hiperglicemia, limitando a quantidade total de glicídios ingeridos, substituindo os açúcares simples por polissacarídeos que são absorvidos mais lentamente. Aumentar a quantidade de alimentos de lastro (fibras), que também retardam a absorção intestinal e repartir entre várias refeições o suprimento alimentar de glicídios.
Freqüentemente, também a aparição dos sintomas de diabetes mellitus está ligada a um excessivo aumento de peso, que diminui a tolerância à glicose. Assim, tais sintomas podem desaparecer em conseqüência do emagrecimento por meio de uma dieta hipocalórica e de exercícios apropriados.

Nem todos os pacientes necessitam de insulina, mas para aqueles diabéticos tipo II, cujo pâncreas endócrino permanece funcional, o regime alimentar pode ser completado por um tratamento com hipoglicemiantes orais (sulfonilurados), que estimulam a liberação de insulina.
Finalmente, nos casos mais graves, entre os quais os diabéticos juvenis, é preciso recorrer a ministração de insulina para controlar a glicemia, como a insulina é destruída pelas enzimas digestivas, precisa ser aplicada por via subcutânea, a dosagem é ajustada de modo a permitir um metabolismo normal dos carboidratos, das proteínas e das gorduras.
Para limitar a uma ou duas por dia a freqüência das injeções, há no mercado insulinas de ação mais prolongada. A determinação das doses e das misturas adequadas dos diversos tipos de insulina, bem como seu ajustamento diário deve-se levar em consideração: a ingestão alimentar, os resultados dos testes de urina (glicose e corpos cetônicos), os sinais de hipoglicemia e o gasto energético.
Estes aspectos exigem do diabético um aprendizado minucioso, e também hábitos regulares de vida, a que ele não pode se furtar sem risco de acidentes hiperglicêmicos ou hipoglicêmicos que podem, tanto um como outro, ser fatais.

Benefícios da Atividade Física para o Diabético

Os exercícios físicos são muito úteis para o diabético, devendo fazer parte integrante de seu programa de tratamento, porém, pelo fato de haver uma disparidade entre as características e as respostas daqueles com diabetes tipo I e tipo II, cada tipo será abordado separadamente.

Diabetes Tipo I

O papel da atividade física regular na melhora do controle da glicemia de pacientes com diabetes tipo I não foi claramente definido, sendo controverso.
O grau de controle da glicemia durante o exercício varia enormemente, entre os indivíduos com diabetes tipo I. Como resultado, o exercício e o treinamento físico podem melhorar o controle da glicemia de alguns pacientes, sobretudo daqueles que apresentam menor propensão a hipoglicemia, mas não em outros.
Embora o controle da glicemia não seja, em geral, melhorado pelo exercício na maioria das pessoas com diabetes tipo I, existem outros benefícios potenciais do exercício para esses pacientes. Como eles apresentam um risco duas a três vezes maior de doença coronariana, o exercício pode ser importante como auxiliar na redução desse risco. O mesmo argumento pode ser utilizado para a redução do risco de doenças cerebrovasculares e arteriais periféricas.
As pessoas com diabetes tipo I, não complicado, não precisam restringir a atividade física, desde que a glicemia seja controlada adequadamente. Alguns atletas que apresentam diabetes tipo I treinaram e competiram com sucesso. A monitoração do nível da glicemia de uma pessoa que se exercita, e que apresenta diabetes tipo I, é importante, uma vez que a dieta e a dosagem de insulina podem ser alteradas de acordo com a necessidade.

Diabetes Tipo II

O exercício tem um papel importante no controle da glicemia das pessoas com diabetes tipo II. A produção de insulina não é, em geral, uma preocupação nesse grupo, particularmente durante os estágios iniciais da doença e, conseqüentemente, o principal problema desse tipo de diabetes é a ausência de resposta das células-alvo à insulina (resistência à insulina). Como essas células tornam-se resistentes a esse hormônio, este não pode exercer sua função de facilitador do transporte de glicose através da membrana celular.
A contração muscular possui um efeito similar ao da insulina. A permeabilidade da membrana à glicose aumenta com a contração muscular, possivelmente, em razão de um aumento da quantidade de transportadores de glicose associados à membrana plasmática.
Por essa razão, períodos agudos de exercício, diminuem a resistência à insulina e aumentam a sensibilidade a ela. Isso reduz as demandas celulares deste hormônio, o que significa que as pessoas que o utilizam, devem reduzir a dosagem. Essa diminuição da resistência à insulina e o aumento da sensibilidade a ela podem ser, sobretudo, uma resposta a cada período de exercício, em vez de ser o resultado de uma alteração de longo prazo, associada ao treinamento.

Exercícios Recomendados

É recomendado que se pratique exercícios contínuos e sem grande esforço, como andar, corridas lentas, pedalar e nadar, adequados a idade e a condição física atual, com intensidades predominantemente aeróbicas.
Exercícios anaeróbicos, rápidos e com grande esforço físico, tais como corridas rápidas, esportes coletivos e musculação deverão ser criteriosamente escolhidos.
Quanto à duração, iniciar com períodos de 15 a 20 minutos e ir aumentando, progressivamente, por mais de uma hora com a melhora da condição física.
Os exercícios físicos devem ser realizados regularmente, e não de maneira esporádica. A freqüência deve ser de 3 a 5 vezes por semana sendo o ideal diariamente.
É indicado para execução de qualquer exercício físico, previamente consultar um médico para avaliar se há algum fator limitante, e a supervisão de um profissional de educação física para a elaboração de um programa de exercícios físicos individualizado para cada situação.

Cuidados do Diabético para Execução de Atividade Física

Orientações para evitar a hipoglicemia durante e após o exercício em pessoas com diabetes que utilizam insulina:

Diminuir a dose de insulina:

Insulina de ação intermediária - diminuir 30 a 35% da dose no dia do exercício.
Insulina de ação intermediária e curta - não utilizar a dose de insulina que precede o exercício.
Doses múltiplas de insulina de ação curta - reduzir a dose da insulina que precede o exercício em 30 a 50% e fazer uma suplementação de carboidratos.
Infusão subcutânea contínua - eliminar o bolo do momento da refeição ou aumentar o bolo que precede ou sucede imediatamente o exercício.

Com glicemias superiores a 250mg% e, principalmente, com presença de cetonúria, os exercícios não poderão ser executados. Devendo-se primeiro reduzir os níveis de glicemia e controlar o diabetes até que a cetonúria desapareça, para reiniciar a pratica dos exercícios;
Consumir carboidratos (15-30 g) a cada 30 minutos de exercício de intensidade moderada;
Consumir um lanche de carboidratos lentamente absorvidos após sessões de exercício prolongadas;
Evitar aplicar insulina nos músculos que serão muito exigidos durante a atividade física naquele dia, pois, ha nestes locais, grande absorção de insulina, podendo antecipar uma crise hipoglicemica;
Em alguns casos recomenda-se transportar fitas de glicosúria e glicemia para eventual controle;
Evitar o exercício em horários muito quentes, e evite também se exercitar à noite;
Evite exercitar-se desacompanhado;
Não se exercitar nos horários de pico da insulina;
Carregar sempre balas para evitar sintomas de hipoglicemia;
Fique atento, porque mesmo mantendo esse controle, pode acontecer uma hipoglicemia durante o exercício, os sintomas são descritos mais abaixo.

Deve ser dada uma atenção especial também aos pés dos diabéticos, pois é comum eles apresentarem neuropatia periférica (nervos doentes), com alguma perda de sua sensibilidade. A doença vascular periférica é, igualmente, mais comum entre os pacientes diabéticos e, por essa razão, a circulação nas extremidades, especialmente nos pés, encontra-se muitas vezes diminuída, reduzindo o fluxo sangüíneo. As ulcerações e outras lesões dos pés são responsáveis por mais da metade de todas as hospitalizações de pacientes diabéticos, pois pela perda da sensibilidade essas pessoas podem não perceber lesões em seus pés, as quais podem ser bem sérias. Como os exercícios com suporte de peso, aumentam o estresse sobre essa parte do corpo, a seleção adequada de calçados e os cuidados preventivos são importantes.

Informações sobre Hiperglicemia (alta taxa de açúcar no sangue >que 180mg/dl)

Principais sinais: aumento da sede e volume urinário; fraquezas e dores generalizadas; perda de apetite; náuseas; vômitos e respiração acelerada.
Prováveis causas: doses insuficientes de insulina, não seguimento da dieta, infecção, febre e estresse emocional.

Informações sobre Hipoglicemia (baixa taxa de açúcar no sangue < que 50mg/dl)

Principais sinais: sudorese; fraqueza; palidez; dor de cabeça; taquicardia; tremores; visão turva; sensação de fome; irritabilidade; mudança de comportamento.
Prováveis causas: excesso de insulina, alimentação insuficiente, excesso de exercícios físicos, atrasos nas refeições.
Faça imediatamente: tome um refrigerante não dietético ou um copo de água com açúcar.
Em caso de perda de consciência não de líquidos ao indivíduo, não de insulina e o encaminhe para o serviço médico mais próximo.

Conclusão

A atividade física apresenta muitos efeitos desejáveis para as pessoas diabéticas, particularmente para aquelas com diabetes tipo II. O controle da glicemia é melhorado sobretudo nas pessoas com diabetes tipo II, possivelmente, em decorrência do efeito similar ao da insulina, por parte da contração muscular sobre o transporte de glicose do plasma para o interior das células.
Para os indivíduos com diabetes tipo I, o controle da glicemia pode ou não ser melhorado com o exercício. No entanto, essas pessoas apresentam um maior risco de doença coronariana, risco que o exercício pode certamente diminuir.
Para isso, o controle dos níveis de glicemia antes e durante o exercício, evitando os sintomas de hipoglicemia, doses corretas de insulina e cuidados principalmente com os pés do diabético são necessários tornando a atividade física prazerosa e segura.